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Um amigo do peito, literalmente

Johnata Trindade
30 de jun. de 2017
3 min de leitura

Atualmente vivemos em um mundo/sociedade extremamente corrompido. Um lugar repleto de guerras religiosas entre um grupo e outro, entre uma religião e a outra, cheio de disputas politicas entre os defensores dos partidos de direita e os defensores da esquerda, o aumento dos conflitos territoriais entre índios e fazendeiros, crescimento da xenofobia por meio dos países de primeiro mundo em relação aos países muçulmanos. Momento onde as palavras “amor” e “amizade” se tornaram tão escassas de serem ditas verdadeiramente que é quase como achar água em época de seca no sertão nordestino: escasso. Mas a Palavra de Deus nos mostra um exemplo de amizade que vai além desse mundo, chegando, certamente, até os céus.

Quem um dia já teve ou ainda tem um amigo que mora longe sabe como é difícil manter essa relação de amizade à distância. Às vezes a correria da vida não nos deixa estar em contato diário com os nossos amigos distantes, em algumas situações, essas pessoas estão a 30 minutos de nós, na cidade vizinha, num vilarejo não tão distante, mas as obrigações nos deixam a quilômetros e quilômetros de distância. O trabalho e os estudos nos cansam de tal maneira que quando chegamos em nossas casas só pensamos em tomar um banho, comer alguma coisa e apagar no sono, que nem nos lembramos de desejar um “boa noite” para a outra pessoa que tá atrás da tela do celular/computador. Mas o relacionamento entre João e Jesus nos traz uma lição muito grande.

João foi um dos doze discípulos que andaram com Jesus durante o seu ministério aqui na Terra. Durante os três anos de cumprimento do chamado proposto por Deus para a vida de Seu Filho, João esteve com ele; Ele acompanhou a cura do paralitico junto ao tanque de Betesda (Jo 5:1-15), viu a primeira multiplicação de pães (Jo 6:1-15), pôde contemplar Jesus andando sobre as águas enquanto eles estavam indo em direção a Cafarnaum (Jo 6:16-24), presenciou o milagre da ressurreição de Lázaro (Jo 11:38-44)... Mas, até aqui não há nenhuma diferença entre João e os outros discípulos, pois todos o acompanharam e puderam se deslumbrar com todos esses feitos e maravilhas realizados por Jesus. Mas havia algo em especial em João (não foi à toa que ele foi considerado o apostolo do amor): Ele esteve PERTO de Jesus em todo o tempo. João foi o único discípulo que permaneceu firme aos pés de Cristo até o seu último suspiro (Jo 19:25-27) e foi aquele que Maria correu para contar, desesperadamente, sobre o sumiço de Jesus do sepulcro (Juntamente com Simão Pedro [Jo 20:2)].

Passamos por momentos tão difíceis nas nossas vidas que nenhum colega, ninguém da nossa família ou um amigo distante pode nos dar um abraço confortador. Na perda de um ente querido ou na descoberta de uma doença rara incurável, as palavras são bem vindas, mas um abraço é refrigerador. E João escolheu estar no melhor lugar: deitado no peito de Jesus (Jo 14:23), recebendo o carinho e o afago do Mestre. Queremos viver o milagre e o sobrenatural de Deus, mas, Jesus não é o nosso melhor amigo. Há muito tempo não deitamos no colo do Nosso Irmão para chorar, desabafar e até mesmo nos alegrarmos... Muitas vezes, o nosso último contato com Ele foi a duas ou três semanas atrás. Ele ficou esquecido. Saímos todo fim de semana com os nossos amigos, mas não conseguimos tirar um tempo para o melhor amigo de todos. E o que Deus quer das nossas vidas é que: sejamos melhores amigos de Jesus, não aquele amigo que mora a milhas de distância. Que o exemplo de João sirva como aplicação pessoal para as nossas vidas. Deitar-se no colo de Jesus é a melhor forma de conhecer o Seu coração e os Seus pensamentos/planos para as nossas vidas.