Onde você está parado?
- Johnata Trindade
- 14 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Nunca vi um povo tão supersticioso quanto o povo brasileiro (acho que apenas os chineses conseguem ser piores do que nós). Acreditamos que gato preto, quebrar espelho, passar por debaixo de uma escada dá azar, cremos que a sexta-feira 13 é o “dia que nada da certo”, que elementos como ferradura de cavalo, trevo de quatro folhas e figa trazem sorte, pensamos na morte da nossa mãe pela sandália virada ou que se pisarmos numa linha na calçada a coluna da nossa avó ficará torta... Quem de nós nunca teve o “costume” de pegar o ônibus no mesmo ponto todos os dias por acreditar que se saíssemos daquele lugar ele não passaria ou aconteceria algo de ruim? E usar aquela peça de roupa da “sorte”?
O misticismo toma conta da nossa cultura desde o descobrimento do nosso país quando os índios criam que pedras tinham poderes milagrosos até os nossos dias de hoje. Durante essa semana algo me chamou muita atenção! Saindo da faculdade, vindo em direção á minha casa, decidi mudar a “rota” comum do meu trajeto. Esse novo caminho era mais longo, mais escuro, um tanto que perigoso, mas eu sentia que algo ali me chamaria à atenção, e foi dito e certo! Por dois dias passei pelo mesmo lugar e vi um senhor de cabelos brancos, pouco mais de 1,60 de altura, aparentando uns 65 anos de idade, na mesma posição, no mesmo lugar, no mesmo horário e com a mesma roupa. Poderia está ali por costume, superstição ou poderia estar olhando o mar e o céu em frente a sua casa na beira da praia, não sei. Mas hoje passei naquele mesmo lugar, e aquele senhor não estava. O que aconteceu? Eu passei pelo mesmo lugar, mas em horário diferente. Para que eu não visse aquele senhor, eu tive que mudar em alguma coisa.
A palavra de Deus nos mostra situações onde instrumentos foram usados para vencer batalhas, guiar o povo, direcionar um líder, mas, em tudo, o Senhor era exaltado. Vivemos duros dias de “superstições gospel”. Adoramos á rosas ungidas, água santa, toalhinha de milagres. Algumas vezes, de forma mais sutil, adoramos e exaltamos atos e comportamentos dos nossos lideres onde apenas nos rebaixamos e vivemos uma vida como a daquele senhor, naquele momento: parado, no mesmo lugar, para sempre!
Estamos paralisados espiritualmente, paralisados como o homem no tanque de Betesda (João 5:1-15). Vivemos pela fé dos outros, vivemos uma vida onde as experiências do nosso irmão com Deus nos basta, onde os cultos dominicais são suficientes para fortalecer o nosso espiritual, e nos esquecemos de que, em todas as curas os ex’s cegos, mancos, paralíticos saiam correndo para anunciar o amor de Cristo. Onde você está parado nesse momento? Ao lado do tanque esperando o milagre com fé e paciência ou no meio do nada fazendo as mesmas coisas, vivendo as mesmas coisas, agindo da mesma forma, alimentando os mesmos pecados, levando uma vida de “misticismo espiritual”? Cuidado! A paralisia se alastra de tamanha forma que, em determinado momento, não conseguimos nem mover os nossos olhos espirituais, ficando em estado vegetativo no reino de Deus.
A nossa fé não deve ser fortalecida por pilhas ungidas, mas pelo gerador de Cristo.
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